A morada de Vishnu

Lilah é uma criação. Não é menino ou menina, mas uma energia curiosa e brincalhona, íntegra e feliz. Habita a Morada de Vishnu, um reino onde tudo é feito de amor. Um amor essencial que não pertence a ningúem, não começa nem termina, um amor que é matéria prima para tudo o que há. Quem desejaria deixar um mundo assim? Bem, Lilah.

Por se tratar de um reino de luz onde não há sombra, Lilah não consegue se ver. Não sabe quem ela é, como se parece, já que é preciso o contraste da luz e sombra para que ela possa se ver. Lilah quer brincar de esconde-esconde consigo mesma, quem sabe assim consiga se encontrar? E a única forma para que isso aconteça é ela vivendo uma experiência no mundo de Maya. Uma experiência na terra.

Um jogo de esquecer-se de si, do amor que tudo constrói, de sua integralidade, para conseguir afinal recolher todas as partes de si, conhecer o mundo e se reconhecer nele. Lilah brinca de desconectar para reconectar. Para isso ela parte para a casa do nascimento e se prepara para uma jornada heróica. A jornada para o reencontro de si mesma. Ao dar este salto Lilah passa a ser uma criação sem lembrança. Ou como podemos melhor chamá-la? Criança. A criança que nos habita e convida a brincar.